O governo dos Estados Unidos abriu a primeira rodada do fundo de incentivo fiscal para fabricantes de chips. Empresas que pretendem abrir novas fábricas em território americano estão aptas a se inscreverem no programa. Anunciado em agosto do ano passado, o fundo tem um total de US$ 52 bilhões.
Além de ter o objetivo óbvio de promover a geração de empregos e manter as foundries (fábricas de chips) no país, o programa criado pela lei CHIPS and Science Act é uma “batalha” da “guerra comercial” entre Estados Unidos e China.
O governo de Joe Biden espera ampliar a capacidade tecnológica do país no segmento de semicondutores — a qual já lidera em partes, mas ainda falta uma “TSMC da casa”. A Intel e a AMD são gigantes em processadores, mas o nome a ser batido em fabricação de chips é, disparada, a taiwanesa TSMC.
Fundo de incentivo é grande, mas tem exigências
A primeira rodada do incentivo fiscal é voltada para projetos de construção, expansão ou modernização de instalações industriais “para a produção de semicondutores inovadores, geração atual ou maduros”. O “maduro” se refere aos chips mais antigos, produzidos em litografias grandes, e que têm aplicação generalista — de TV até dispositivos eletrônicos em carros.
Já as empresas que quiserem um incentivo maior que US$ 150 milhões terão outras exigências. Entre as obrigações estão pagar benefícios de cuidados infantis aos filhos dos trabalhadores da construção e das fábricas; contratar empregados sindicalizados e dividir uma parte dos lucros se a empresa superar a projeção de ganhos.
O governo avaliará as aplicações “rigorosamente”, levando em conta elementos como a viabilidade comercial e estabilidade financeira das companhias.
Nos próximos meses, será liberado a parte do fundo voltada para a aquisição de matéria prima, equipamentos e desenvolvimento das fábricas.
Intel aprova programa, mas não revela intenção de participar
Al Thompson, vice-presidente de relação governamental da Intel, celebrou o início da rodada de incentivos. “É um passo importante para que os semicondutores americanos sejam competitivos mundialmente”. A fabricante não respondeu ao The Verge se ela pretende se aplicar no programa de incentivo fiscal.
Com informações: The Verge (1 e 2) e NIST